outubro 12, 2004

Ouvindo Chopin e Chaquico

De quando o nada começou a se manifestar...

De quando o nada começou a se manifestar
...muito havia e não se dava conta,
mas aos poucos, igual a monstrinho de video game,
vai o nada abocanhando o que lhe compete,
engolindo e transformando o que não se sabe ter e o transformando
de tudo em nada.

Mas o que é o nada?
Discutiam os cientistas outro dia num artigo,
dizendo ser impossível construir aqui o nada,
a ausência de tudo.
Sempre há alguma coisa dentro do nada.
Discordo parcialmente, o que em si já é concordar,
pois se parcialmente não é nada alguma coisa deve ser.
A não coisa é uma forma de coisa,
portanto nada é que não seja, ou é?

Estou perigosamente próximo de alcançar o nada.

Em outros tempos, de faculdade, quando nada imaginava do que seria hoje,
quando não sabia que o nada se sentia,
até para quem não quisesse ouvir dizia que o ideal seria
morrer quando nada tivesse,
ou seja, deixar o que pudesse
para quem de direito aprouvesse
e da minha parte, morrer após gastar o último centavo.
Já que nada levaria, de que adiantaria aqui deixar?
Aproveitamento máximo possível.

A vida dá voltas e o nada começa a engolir a matéria...
Estou perigosamente próximo de alcançar o nada
e isso me faz tremer.

Do pouco que tenho e do muito que devo,
um menos o outro,
estou quase chegando ao nada.
Vixe...

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